Dia bom é mais um em meio a solidão
De acordar sozinho, em meio a tanta ilusão
Meu coração reclama o prêmio azedo
Mas meu pé não me ouve e segue em outra direção
Por vezes sou meio, tentando ser inteiro
Coragem ou medo, é tudo emoção.
Quando os dedos já não são mais capazes
De satisfazer suas costas com massagens
Sobra só um corpo vão
De uma mente quase sã
Mais um louco no divã
Tentando parecer satã ou Sadam;
Na barriga ecoam as mágoas
Borbulham as águas
E resta somente a dúvida
E nesta semente púrpura
Jogada sem ser rastelada
Plantou uma pessoa amarga
Que não ri por nada
Que finge dar risada
Pra amortecer a dor
Pra reviver Senhor
Tentar te ver quando cê se pôr
Quantas vezes eu disse fica amor?
Nenhuma.
Quantas vezes eu achei que ia dar certo?
Só uma.
Nessa história inacabada
De um quase conto de fadas
Resta só uma página
A vida meio ingrata
Nos deixou de mãos atadas
E nois pra variar não fizemo nada
A conveniência da preguiça
Te faz querer ser omissa
Age sem pretexto ou premissa
Pra que sua vontade seja uma conquista
Mas o desfecho já sabe qual é
Jesus, Buda, Maomé
O que tem em comum?
Tão tudo morto, enterrado
Transcenderam no lugar errado
Viveram contra os fatos
Mas não mudaram nada
Fome, ganância e miséria ainda existem
Então o bem dissipou na maldade
Faltou ser de verdade
Agir com hombridade
Mas os nego se preocupa com vaidade
Esquece de quem passa fome
E ainda cospe no prato que come
Pra não sobrar resto,
Mas enchem o prato pra ir de testa
Que vida é essa ?
Não faz uma pá nois
E vem dizer que eu não presto?!
Lanlon, 03 de Fevereiro de 2017
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